Por Ana Paula Paixão

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. A doença apresenta altos percentuais de cura, se for detectado e tratado precocemente. Entre os tumores de pele, é o mais frequente e de menor mortalidade, porém, se não tratado adequadamente pode deixar mutilações bastante expressivas.

Mas, você sabia que existe o câncer de pele melanoma? O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e é mais frequente em adultos brancos. O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés.

Embora o câncer de pele não melanoma seja o mais frequente no Brasil, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão e é o tipo mais grave, devido a sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). Dependendo do estágio da doença e outros fatores, as principais opções de tratamento para pessoas com câncer de pele melanoma podem incluir a imunoterapia, terapia alvo, quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Em muitos casos, mais do que um desses tratamentos ou uma combinação deles podem ser utilizados.

O médico cirurgião oncológico Guilherme Braz explica que "o melanoma tem como principal via de disseminação a via linfática. Se os linfonodos (ínguas) forem acometidos pela doença (metástases) o paciente pode desenvolver inchaço (edema) na região acometida". A Santa Casa Montes Claros, Instituição referência em tratamento oncológico no Norte de Minas, realiza vários tipos de procedimentos para o tratamento de câncer de pele não melanoma e melanoma, entre eles, o procedimento cirúrgico.

Conduzido pelo Dr., Guilherme Braz, é feito no hospital a cirurgia de ressecção de neoplasia de pele - massa de tecido anormal que surge em diferentes partes do corpo. O médico explica que essa cirurgia é indicada para o tratamento de câncer de pele, chamado melanoma, quando ainda localizado em apenas uma região do corpo. Durante o procedimento, pode ser realizada ainda a pesquisa de linfonodo sentinela. "A linfonodo sentinela é a primeira 'íngua' que drena a região afetada pelo câncer. Ela é realizada utilizando marcação com radiação (linfocintilografia) associada à infusão próxima ao tumor de azul patente (espécie de corante que marca os vasos linfáticos, ou seja, sua análise permite ver os riscos de metástase - se o tumor se espalhou para o sistema linfático)", conta Dr. Guilherme.

O especialista explica que os riscos que o paciente corre, caso não realize o procedimento indicado, é a redução da possibilidade de cura, uma vez que o melanoma é uma doença muito agressiva. "A função da pesquisa de linfonodo sentinela é determinar se o câncer já teve capacidade de produzir metástases, podendo assim realizar o tratamento mais precoce e de maneira mais agressiva. Se não for realizado na fase correta, existe a possibilidade de disseminação da doença, dificultando o tratamento".

Previsão

O principal canal de disseminação pelo corpo de alguns tipos de câncer, como o de pele, é o sistema linfático. A função dos linfonodos é filtrar a linfa, que elimina as impurezas que as células produzem. Cada grupo de linfonodos é responsável por drenar uma parte do corpo.  Os linfonodos são pequenos órgãos presentes em diversos lugares do corpo humano que fazem parte do sistema linfático e atuam na defesa do organismo. Já o linfonodo sentinela é definido como o primeiro linfonodo que pode receber as células cancerígenas de um tumor.

Segundo o INCA, em 2020 a estimativa de novos casos de câncer melanoma no Brasil era de 8.450 (oito mil, quatrocentos e cinquenta), sendo 4.200 (quatro mil e duzentos) homens e 4.250 (quatro mil, duzentos e cinquenta) mulheres. Já o número de mortes no país, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, em 2019 foi de 1.978 (mil, novecentos e setenta e oito), sendo 1.159 (mil, cento e cinquenta e nove) homens e 819 (oitocentas e dezenove) mulheres.

O órgão ressalta que os fatores de riscos são a exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioletas - UV), principalmente na infância e adolescência; exposição a câmaras de  bronzeamento artificial; ter pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino; e história familiar ou pessoal de câncer de pele. Como os outros tipos de câncer de pele, o melanoma pode ser prevenido evitando-se a exposição ao sol no horário das 10h às 16h, quando os raios são mais intensos, uma vez que o maior fator de risco para o seu surgimento é a sensibilidade ao sol. Mesmo em outros períodos do dia, recomenda-se procurar lugares com sombra, usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas. Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 15, no mínimo, e usar filtro solar próprio para os lábios.

O melanoma pode surgir a partir da pele normal ou de uma lesão pigmentada. A manifestação da doença na pele normal se dá após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares, acompanhada de coceira e descamação. Em casos de uma lesão pigmentada preexistente ocorre aumento no tamanho, alteração na coloração e na forma da lesão, que passa a apresentar bordas irregulares.


Fotos: Hudson Brazil

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