Por Ana Paula Paixão
Conhecido como estapedotomia, o procedimento cirúrgico é indicado para melhora auditiva em pacientes com otosclerose, "uma doença genética que altera o metabolismo ósseo especificamente da região do ouvido (cóclea e ossículos do ouvido) causando um enrijecimento da cadeia ossicular, reduzindo a vibração normal do ouvido e diminuindo o som que escutamos normalmente", explica o otorrinolaringologista Marcos Loyola.
De acordo com o médico, durante a cirurgia é feita a remoção do estribo. "Perfuramos a platina do estribo remanescente na cóclea, daí o nome estapedotomia, e alocamos uma prótese auditiva entre o ossículo remanescente, a bigorna, e o furo na platina da cóclea. Com isso, o paciente recobra a funcionalidade da vibração ossicular e a audição". Ele ressalta que, geralmente, o procedimento ocorre por dentro do canal auditivo, não tendo cortes externos e com duração média de 2h.
Segundo o especialista, o ganho auditivo nestes casos é excelente, uma vez que recupera, quase que completamente, a audição, contribuindo com a qualidade de vida dos pacientes. "Indicamos a cirurgia quando o paciente apresenta perda auditiva de forma condutiva, ou seja, quando a audição da cóclea e do nervo ainda está preservada o suficiente para recuperar a audição a sua normalidade. Além disso, a prótese pode durar a vida toda, não sendo necessário novas manipulação, ocorrendo somente em casos específicos", esclarece Marcos Loyola.
O otorrino ressalta ainda que a cirurgia é focada apenas na parte auditiva para melhorar a audição. "Este procedimento não cura a doença e não impede que a doença continue progredindo, podendo em uma parcela dos casos continuar a perder a audição por acometimento da cóclea. Dessa forma, se a doença continuar progredindo, pode levar a perdas auditivas severas ou profundas, levando o paciente a surdez. Quando isso ocorre, optamos por outro tipo de cirurgia, ou seja, o implante coclear, que é uma cirurgia que resgata a audição de pacientes que vieram a ficar com surdez por decorrência dessa doença", complementa.
Após a colocação da prótese, muitos pacientes voltam a desempenhar suas atividades sociais, de trabalho e estudos, escutando normalmente.
Foto: Ascom/Divulgação
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