Por Ana Paula Paixão
A Santa Casa Montes Claros realizou na sexta e no sábado (22 e 23), o I
Fórum AVC. Com o tema “Políticas Públicas para Assistência Integral ao
Paciente com AVC”, a iniciativa contou com a participação de
palestrantes que são referência na região e no estado.
Realizado
em parceria com o SAMU Macro Norte e Rotary Club Teresa de Calcutá, o
evento reuniu gestores e profissionais da saúde no auditório do CIMAMS,
em Montes Claros. “Na oportunidade, agradecemos aos nossos parceiros
pelo apoio e suporte, em especial o incentivo do estado, através da
secretaria estadual de saúde, que, com este ato, fortaleceu ainda mais a
Linha AVC na Região Macro Norte”, afirmou uma das coordenadoras do
evento, Silvânia Paiva. A iniciativa também teve o incentivo da
Boehringer Ingelheim, Global Brasil e Vip Medical.
Após a
solenidade de abertura, os participantes tiveram a oportunidade de
assistir várias palestras que foram divididas em quatro módulos,
respectivamente: “Políticas Públicas e Gestão da Qualidade no
Atendimento do Paciente com AVC”; “Atendimento Pré-hospitalar AVC”; “AVC
Hiperagudo - Atendimento hospitalar” e “Prevenção Secundária e
Reabilitação”. Mais de 100 pessoas participaram das palestras. “O
primeiro Fórum AVC destacou-se como uma estratégia relevante, pois foi
uma oportunidade de discutir estratégias com os gestores dos municípios
da Macro Norte, profissionais da rede hospitalar e estratégia de saúde
da família, que possuem um papel primordial na Linha do cuidado do
paciente AVC”, explicou Dr. Marcílio Monteiro, médico neurologista.
O
Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de mortes,
incapacitações e internações hospitalares em todo o mundo. Entre
janeiro e abril de 2022, o AVC foi uma das principais causas de mortes
no Brasil. De acordo com dados do Portal da Transparência dos Cartórios
de Registro Civil, neste período foram registrados 32.127 mortes por AVC
no país. A unidade de AVC Santa Teresa de Calcutá da Santa Casa Montes
Claros, inaugurada em julho de 2019, já realizou mais de 5 mil
procedimentos e tratamentos até abril de 2022. O médico neurologista
Daniel Fagundes ressalta que “o ideal é que os pacientes recebam
atendimento imediato, com uma janela máxima de até 4,5h para utilização
do trombolítico, mas quanto mais rápido for instituído o tratamento,
maior a chance de sucesso do tratamento”.
Sintomas e sinais de alerta
Muitos sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como:
– dor de cabeça muito forte, de início súbito, sobretudo se acompanhada de vômitos;
– fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo;
– paralisia (dificuldade ou incapacidade de se movimentar);
– perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz;
– perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.
Outros
sintomas do acidente vascular isquêmico são: tontura, perda de
equilíbrio ou de coordenação. Os ataques isquêmicos podem manifestar-se
também com alterações na memória e na capacidade de planejar as
atividades diárias, bem como a negligência. Neste caso, o paciente
ignora objetos colocados no lado afetado, tendendo a desviar a atenção
visual e auditiva para o lado normal, em detrimento do afetado.
Aos
sintomas do acidente vascular hemorrágico intracerebral podem-se
acrescer náuseas, vômito, confusão mental e, até mesmo, perda de
consciência. O acidente vascular hemorrágico, por sua vez, comumente é
acompanhado por sonolência, alterações nos batimentos cardíacos e na
frequência respiratória e, eventualmente, convulsões.
O AVC é uma
emergência médica. Se achar que você ou outra pessoa está tendo um, é
preciso dirigir-se com urgência ao serviço de emergência do hospital
mais próximo para um diagnóstico completo e tratamento!
Fatores de risco
– hipertensão;
– diabetes;
– tabagismo;
– consumo freqüente de álcool e drogas;
– estresse;
– colesterol elevado;
– doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias;
– sedentarismo;
– doenças do sangue.
Existem
fatores que podem facilitar o desencadeamento de um Acidente Vascular
Cerebral e que são inerentes à vida humana, como o envelhecimento.
Pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o AVC.
Características genéticas, como pertencer a raça negra, e história
familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance de AVC.
Esses indivíduos, portanto, devem ter mais atenção e fazer avaliações
médicas mais frequentes.
Fotos: Manu Alves
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