Ana Paula Paixão 

A médica nefrologista do Hospital do Rim da Santa Casa Montes Claros, Dra. Ana Carolina Guedes Meira, em parceria com a Dra Tainá Veras de Sandes Freitas, escreveu o livro "Transplante Renal e Gestação", que aborda as particularidades e desafios enfrentados por essas pacientes. Dra. Ana Carolina explica que o número crescente de pacientes transplantados renais abrange também um número maior de mulheres em idade fértil. Além disso, ela ressalta que a possibilidade da gestação muitas vezes não é discutida com as pacientes por falta de orientações claras na literatura brasileira que guiem a equipe assistente. “Essa lacuna foi o principal fator motivador para a produção do livro”, fala.

A nefrologista reforça ainda que “sendo médica e mulher, com a prática, fui notando a necessidade crescente de se focar sobre a saúde reprodutiva da mulher após o transplante, já que pacientes em diálise se tornam inférteis, e o transplante devolve a fertilidade às mulheres na faixa etária específica”, complementa Dra. Ana. O livro traz orientações e fundamentos para a condução de casos de gestação em mulheres transplantadas, abordando temas como o uso de imunossupressores, comorbidades, riscos aumentados de pré-eclâmpsia, prematuridade e particularidades anatômicas. “A mulher transplantada tem particularidades que elevam o risco da gestação:  uso de imunossupressores, alta carga de comorbidades, chances aumentadas de pré-eclâmpsia e prematuridade, bem como particularidades anatômicas e possíveis complicações do enxerto”, explica a médica nefrologista. 

Dra. Ana Carolina detalha que a obra é voltada principalmente para os profissionais de saúde, com o objetivo de guiar as equipes assistentes no melhor manejo da saúde reprodutiva, desde a escolha de métodos contraceptivos adequados até o acompanhamento diferenciado durante a gravidez. “A gestação na mulher transplantada renal deve ser classificada como de alto risco, e para o melhor manejo é fundamental a coordenação entre uma equipe multiprofissional, envolvendo nefrologistas, ginecologistas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. A rotina de atendimento deve ser diferenciada e mais frequente, bem como mais recursos devem ser disponibilizados, já que exames e tratamentos mais complexos podem ser necessários”, contextualiza.

Com vasta experiência no acompanhamento de pacientes transplantados renais, além disso a autora destaca que o transplante devolve mais do que a função renal: ele resgata oportunidades antes inviáveis durante a diálise. Entre essas, está o desejo de maternidade, frequentemente acompanhado de dúvidas e medos. "Hoje grande parte do meu enfoque na nefrologia é a condução dos pacientes transplantados renais. Essa prática me proporciona contato direto com a melhoria da qualidade de vida, com a devolução de oportunidades que pareciam impossíveis durante a hemodiálise e também com os desejos e temores das mulheres após o transplante. A necessidade de incluir o cuidado com a saúde reprodutiva feminina nas consultas rotineiras contribuiu para a pesquisa sobre o tema e me motivou a escrever o livro”, finaliza Dra. Ana Carolina. 

O exemplar do livro é distribuído gratuitamente em formato PDF pelo link: https://drive.usercontent.google.com/u/0/uc?id=1j4n9txgUT5Arv5AsorKy8ypHO1ubPlVM&export=download

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Fotos Divulgação Santa Casa

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